“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”, escreveu Davi. E o próprio Senhor Jesus também dissera: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (João 5.39.) Se o maior inimigo é a ignorância, tenho de pautar a minha vida pela Palavra de Deus. E vida eterna a que Jesus se refere não é quantidade de vida, mas qualidade de vida, sem feridas ou traumas. E esse é o sonho de Deus para
os seus filhos. O Senhor Jesus disse: “[...] eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” (João 10.10b.)
A palavra “vida”, no grego, não significa a nossa vida, mas é a palavra “zoe”, ou seja, a própria vida de Deus. É isto que o Senhor operou em nós. Quando nos convertemos, passamos a ter ‘a vida’.
O inimigo só consegue me ferir quando eu deixo de
lado o que é mais importante na minha caminhada, que
é a minha identidade com Deus. Quando eu esqueço a
minha identidade e começo a abrir espaço para a autocomiseração,
o inimigo encontra um espaço terrível para continuar ferindo e mantendo as feridas abertas, para não cicatrizarem. Existem pessoas que passam anos e
anos com feridas expostas, chagas na alma abertas porque desprezam o que está escrito na Palavra: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma.”
Eu quero “plantar” no seu coração algo e você nunca
poderá esquecer desta verdade: não temos que caminhar
por aquilo que sentimos, por aquilo que as pessoas dizem a nosso respeito, e nem dar ouvidos às mentiras de Satanás e seus demônios, mas única e exclusivamente sob a Palavra de Deus e do que ela diz a nosso respeito. Temos de estar convictos acerca da nossa identidade em Cristo Jesus. Uma coisa é termos a identidade e outra é assumirmos a posição que a identidade nos dá.
Todos conhecem a história do príncipe que virou
mendigo. A identidade dele era a de príncipe, mas a posição dele era de mendigo. Isto quer dizer que a pessoa pode ter a identidade de príncipe e viver como mendigo.
O que acontece? Ele não desfruta da sua identidade. São duas realidades completamente distintas, porque a simples identidade, por si só, não leva a pessoa a viver a posição.
A mesma situação na história do filho pródigo (Lucas
15.11). Quando, digamos assim, o filho mais abusado volta e o pai celebra uma festa, há muita alegria, e quando o irmão mais velho, voltando do campo, ouve o som da música e percebe que alguma coisa está acontecendo, ele pergunta: “O quê está havendo?” E dizem para ele: “Teu irmão voltou”. Esse texto trata de identidade. O moço, a ouvir a resposta de que seu irmão voltara após tanto tempo fora de casa, ele fica do lado de fora e diz: “Aquele indigno voltou e meu pai está dando uma festa para ele? Eu não vou entrar”.
O pai vem e procura demovê-lo da sua atitude e diz: “Filho”
– essa era a identidade do moço – “seu irmão” – a identidade de seu irmão – “voltou”. E o filho volta para o pai e diz: “Meu pai, há tantos anos eu te sirvo e o senhor nunca me deu um cabritinho sequer para eu me alegrar com os meus amigos”. Ou seja, o moço tinha identidade correta, mas a posição dele não era a posição de filho, mas de servo, de escravo, porque assim se via, ainda que sendo filho. Eis sua identidade de servo: “Há tantos anos eu te sirvo e o senhor nunca me deu um cabritinho sequer para eu me alegrar com os meus amigos”. O pai retruca, na intenção de reafirmar a identidade do filho: “Filho, tudo o que eu tenho é teu”.
Aquele moço tinha a identidade de filho, mas ele não
desfrutava dessa posição e por isto vivia na casa e não via o pai como pai, mas como patrão, como um líder, como aquele que dava ordens. Ele não desfrutava da posição de filho. Pura falta de conhecimento. Naquele instante, o pai disse: “Meu filho, tudo o que eu tenho é teu”.
Para as feridas da alma, “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. A primeira coisa que nós temos que guardar, imprimir em nossa alma, é exatamente o conhecimento sobre quem somos em Cristo. Quem eu sou em Cristo? Declare que você é aceito pelo Pai e não um rejeitado.
O Pai o aceitou não pelos méritos ou pelas virtudes que você possui, Ele o aceitou pela sua graça absoluta.
( Pr Márcio Valadão - Livro "Restaurando o ferido")
Um comentário:
Olá.. parabéns um texto brilhante e fantastico... realmente muitos ainda hoje... a graça de DEUS e gratuita,,, epor ser graça divina,,, ela extingui.. qualquer exaltação e nos leva diretamente a depender dele...para que ninguém se glorie na carne.. ou de si mesmo...e quando compreendemos isso... verdadeiramente as coisas mudam.. o balssamo e deitado... as feridas se fecham.. a condenação e abolida.. paz seja contigo e parabéns !!!
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